Aumenta em 60% o número de assaltos ao comércio em Santa Maria

Nos três primeiros meses deste ano, um dado chama a atenção das autoridades de segurança pública em Santa Maria: os assaltos a pedestres aumentaram em 8,18% em em relação ao mesmo período de 2014. Já os roubos a estabelecimentos comerciais, cresceram 63,79%.

Apesar de os números não serem os mais animadores, a expectativa da Brigada Militar (BM) e da Polícia Civil é de que essa estatística tenha queda a partir deste mês. E é unanimidade entre os especialistas na área que os roubos estão diretamente ligados ao consumo ou ao tráfico de entorpecentes.

Para o comandante do Comando Regional de Policiamento Ostensivo (CRPO), coronel Worney Mendonça, os índices devem diminuir depois das prisões da quadrilha de Nego Zê, em 14 de abril, suspeita de pelo menos 10 assaltos em Santa Maria desde a metade de março, e de Daniel Scherer Rocha, 26 anos, conhecido como Inseto, considerado um dos maiores suspeitos de furtos e roubos na cidade.

Além disso, é esperado reflexo do aumento de policiamento ostensivo em pontos estratégicos, implementado pela BM desde a metade de fevereiro. Aliado a isso, a operação Guarnição Coração do Rio Grande, realizada de 27 de março a 6 de abril, prendeu 50 pessoas e apreendeu 11 adolescentes nos 19 municípios de abrangência do CRPO na região, o que pode ajudar a diminuir o número de casos.

_ Não podemos atribuir todos os roubos ao Nego Zê, mas foram muitos, no mínimo, 12. Certamente, haverá uma redução. Mas também, a maior presença física da Brigada nas ruas também vai ajudar a reduzir os números. Já o roubo a pedestre vai mais de cuidado da vítima, em não andar em locais perigosos e de madrugada, porque acaba se tornando vulnerável _ avalia o delegado Sandro Meinerz, da Delegacia Especializada em Furtos, Roubos, Entorpecentes e Capturas (Defrec).

Em visita a Santa Maria na última semana, o secretário de Segurança Pública do Estado, Wantuir Jacini, afirmou que a pasta tem como plano estratégico o foco na redução dos crimes contra a vida e o patrimônio, que são os que mais impactam a sociedade. Contudo, Jacini lamenta o pouco tempo em que esses criminosos ficam presos.

_ É bom frisar que 80% dos autores são pessoas com antecedentes criminais. A polícia prende, faz o inquérito, apresenta. Logo, eles são liberados, voltam para a sociedade, praticam outros crimes, a polícia prende de novo, mas as leis permitem que aconteça esse prende e solta _ frisa.

Para o analista em segurança pública e coordenador do Núcleo de Segurança Cidadã da Fadisma, Eduardo Pazinato, esses tipos de crimes são os que mais assustam a população. Além disso, acrescenta que só o policiamento ostensivo não basta. E reforça a correlação com as drogas:

_ O roubo é o que mais impacta na sensação de segurança. Os motivos se relacionam com o uso de drogas e exigem intervenções mais amplas e complexas do que meramente a intervenção policial. Necessitamos de uma ampla revisão da política sobre drogas, que, hoje, retrógrada. Os roubos estão correlacionados com outras dimensões da prática de violências, como a aquisição de arma de fogo e o financiamento de outras condutas delitivas _ explica.

Para comerciantes, gastar com segurança é oneroso

Com a sensação de insegurança e a prática cada vez mais comum de roubos a estabelecimentos comercias, que é mais lucrativo para os assaltantes, não há outra alternativa para comerciantes a não ser investir em segurança privada. Em pesquisa divulgada recentemente pelo Sindicato dos Lojistas (Sindilojas) de Porto Alegre, na Capital, os comerciantes gastam, em média, R$ 1,4 mil por mês com segurança.

Em Santa Maria, conforme o presidente da Câmara de Comércio e Indústria de Santa Maria (Cacism), Luiz Fernando Pacheco, na cidade não há um levantamento destes dados.

Segundo Pacheco, para o comerciante, é difícil ter mais um custo operacional, que acaba, inclusive, afetando diretamente nos investimentos dos empresár